[RESENHA] TARTARUGAS ATÉ LÁ EMBAIXO - JOHN GREEN

Foto de @cailessales


Olá galerinha do meu coração! Muito bom dia, tarde, noite ou madrugada. Estou trazendo mais uma resenha de um livro muito bom, muito reflexivo justamente por trazer um tema bastante comum e ao mesmo desconhecido ou ignorado por grande parte das pessoas, seja por falta de informação ou simplesmente preconceito, estou falando de uma doença chamada TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo, vivido pela nossa protagonista Aza e pelo próprio autor John Green, também autor do livro A culpa é das Estrelas, então com esse “pequeno” detalhe vemos no livro passagens muito intensas e imensuravelmente reflexivas, como por exemplo:

“eu estava começando a entender que a vida é uma história que contam sobre nós, não uma história que escolhemos contar. A gente acha que é o pintor, mas é a tela.”

Nesse trecho que vemos logo na primeira página, imediatamente já causa um impacto muito grande sobre como uma doença pode dominar tanto sua vida ao ponto de você deixar de estar no controle do seu próprio corpo e consequentemente da sua vida. Então vamos para a resenha para entendermos melhor essa história incrível.


♥♥♥


Aza é uma adolescente de dezesseis anos, que tem TOC e ao mesmo tempo que essa doença domina sua vida, Aza trava uma verdadeira guerra interna com seus pensamentos, para não deixar ela interferir nas suas relações familiares, com sua mãe e sua amiga, Daisy. Ela busca de todas as formas viver uma vida normal, mas sua espiral de pensamentos, acaba sendo seu pior carrasco opressor e o que é normal para muitos, acaba sendo uma grande batalha para ela. 

A cidade está em grande alvoroço com o desaparecimento de um grande e poderoso empresário que é considerado fugitivo da polícia, com isso uma grande recompensa é prometida para quem trouxer alguma informação sobre seu paradeiro. Daisy, de olho na recompensa, decide investigar o caso e convoca Aza para investigarem juntas. Aza não aceita, mas é persuadida por Daisy que fica ainda mais interessada e entusiasmada ao saber que o filho desse empresário, Davis, foi um grande amigo de infância de Aza, o que já seria um passo a mais na investigação. Mesmo sendo resistente a esse plano de Daisy, Aza acaba se aproximando de Davis e ambos descobrem juntos fragilidades e medos profundos em seus corações.

“Qualquer um pode olhar para você, mas é muito raro encontrar quem veja o mesmo mundo que o seu” (pág. 16)

Como será que tudo será resolvido? Ou será impossível resolver ou lidar com tudo isso? 

Como vocês viram ou irão ver ao ler o livro, essa espiral de pensamentos que Aza vive sem intervalos, é algo extremamente sufocante e dominador. Esses pensamentos tomam conta e logo a vemos totalmente dominada por esses medos e angustias que mesmo ela tendo consciência que tais atitudes são erradas, acabam sendo mais forte que e isso choca muito o leitor, porque acaba sendo um retrato fiel de como essa doença age na mente humana, que por mais que para algumas pessoas seja difícil de entender como essa doença age de tal forma, Aza (John Green) coloca até de forma poética o quanto aquilo a domina chegando ao ponto dela definir aquilo como uma espécie de invasor que manipula suas vontades. 

“A questão da espiral é que, se a seguirmos, ela nunca termina. Só vai se afunilando, infinitamente” (pág. 14). 

“Para algumas pessoas o invasor pode assumir o controle, expulsando todos os outros pensamentos até ser o único a ocupar sua mente, de tal modo que você estará perpetuamente presa àquela ideia – seja pensando naquilo, seja tentando não pensar naquilo. ” (Pág. 50)

A história sobre a investigação do pai desaparecido de Davis acaba sendo um pano de fundo para trazer o que é realmente foco da história que é o dilema sofrido por Aza e todas as pessoas a sua volta, sua mãe, Daisy, Davis e o irmão dele. Cada um buscando formas e fugas para lidar com seus próprios conflitos e problemas. E com isso Tartarugas até lá embaixo, acaba sendo um verdadeiro show da vida. Ele não é um guia de autoajuda, é um romance, mas ao mesmo tempo um drama, uma história repleta de reflexões e, provavelmente, de um despertar para um novo olhar em relação as pessoas que sofrem disso. O que tenho como ponto negativo é a forma como Daisy se comporta em relação a Aza, parecendo muitas vezes negligente com a amiga que visivelmente parecia mal. Claro, que pode ser uma espécie de forma que ela achou para conviver com o transtorno da amiga, mesmo assim, não concordo com o comportamento dela, esperava mais compressão e menos exigência, já que muitas das atitudes de Aza vêm da doença e não dela. O título Tartarugas até lá embaixo acabou não tendo muito sentido para mim, a espiral se encaixou perfeitamente aos sentimentos da menina, mas o título, na minha opinião não se encaixou na história e mesmo sendo explicado no próprio livro, não me convenceu. Claro que é apenas uma observação irrelevante minha, de forma alguma a história perde o ritmo e na minha opinião, ela acaba cumprindo seu objetivo. Pelo menos funcionou comigo.

Bom, espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu gostei do livro e para aqueles que não leram, fique como dica, pois eu super, mega recomendo. Ainda prefiro do autor A culpa é das estrelas, mas esse livro acaba valendo muito a pena com certeza. 

♥♥♥

Título: Tartarugas até lá embaixo
Autor(a): John Green
Editora: Intríseca
Páginas: 269
Ano de Publicação: 2017

Aza Holmes não está disposta a sair por aí bancando a detetive para solucionar o mestério do desaparecimento do bilionário Russell Pickett, mas há uma recompensa de cem mil dólares em jogo, e sua melhor amiga, a destemida Daisy, quer muito botar a mão nesse dinheiro. Assim, as duas vão atrás do único cantato que têm em comum com o magnata: o filho dele, Davis. 

Aza está tentando. Tenta ser uma boa filha, uma boa amiga e uma boa aluna, mas aos dezesseis anos, ainda não encontrou um modo de lidar com as terríveis esperais de pensamento que se afunilam cada vez mais e ameaçam aprisioná-la.

Neste livro arrebatador e sensível sobre amor, resiliência e o poder de uma amizade duradoura, John Green conta a tocante história de Aza, lembrando que a vida sempre continua e que muitas surpresas nos aguardam pelo caminho.



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